Olhe para cima
“Temos que defender o planeta,
nem que seja de nós mesmos”. A afirmação é da atriz Meryl Streep em
reportagem sobre a estreia do filme “Não olhe para cima” (2021), com lançamento
neste último dia 24 de dezembro, na Netflix. O filme é uma comédia dramática cuja
abordagem replica a falta de noção da sociedade, que embarca nas futilidades e
superficialismos midiáticos ao invés de dar ênfase à ciência e ao bom senso
coletivo.
Em verdade, a película não passa
de um deja vú não fosse pelo elenco de peso. Leonardo DiCaprio está, como
sempre, primoroso e belo! E os memes e avacalhações que o filme faz com a
personagem de Jennifer Lawrence não ofuscaram a beleza e nem talento desta diva,
pelo contrário! O filme é literalmente o ditado “rir para não chorar” e vale a
pena fazer as duas coisas, ainda mais em vésperas natalinas.
O tema é mais uma boa reflexão sobre
nossa contemporaneidade e como somos facilmente manipulados. Manipulados pela
política, pela mídia, pelo sexo! O título é um tapa na cara dos céticos ou dos
crentes aos prazeres da vida materialista. Olhar para cima é ver o mundo, o
universo, o cosmos. É literalmente enxergar Deus ou o Sol, quando só vemos
nuvens negras. O filme também põe em xeque as atitudes dos personagens perante
a certeza do dia da morte. O que você faria? Fugiria? Perdoaria? Se declararia
para seu amor? Qual é, realmente, o sentido da vida?
O eterno músico e compositor Renato
Russo que tem razão: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse o
amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há. Sou a gota d’água,
sou um grão de areia. Você me diz que seus pais não entendem, mas você não entende
seus pais. Você culpa seus pais por tudo e isso é um absurdo. São crianças como
você, o que você vai ser, quando você crescer”.
Que sejamos crianças eternamente!
Que possamos olhar o mundo com a ingenuidade e afetividade de uma criatura pura
e sensível. Acreditar que os verdadeiros prazeres da vida é brincar, brincar, poder
afagar um animal de estimação, abraçar com intensidade os nossos pais, tomar uma
bola de sorvete num dia de verão, ou um chocolate quente num dia de inverno.
Amar as coisas simples e desejar a felicidade como uma rotina despretensiosa e
única! Que possamos olhar para cima e acreditar no impossível, no invisível, no
amor!
Feliz Natal e um Ano Novo Mágico!
Ilustra o texto pendente
Giroscópio e obra de Tarcísio Veloso, “O Astronauta”.