Dualidade Tóxica
"Uma
visão de mundo dramaticamente dualista leva inerentemente ao sofrimento. Tem
sido feito por milênios, em religiões a tarefa autodeclarada de criar separação
entre nós e a experiência do divino. Isso é igualmente verdadeiro em política,
economia e relações humanas. Todos organizados em uma estrutura hierárquica de
poder".
O fim do sofrimento (audiobook), J.J. Hurtak e Russel Tarq
O
audiobook dividido em 10 capítulos explana metafisicamente as questões
intrínsecas do ser humano em relação à Ciência, Filosofia e Divino. Disseca os
embustes que permeiam o sofrimento usando como exemplo a repetição de padrões
comportamentais e sua persistência em doutrinas falidas. Sociedades dominadas
por dogmas religiosos, autoritarismo político, desigualdades sociais, descrédito
no futuro, depressão e uma série de episódios que persistem em existir por
falta de conexão à Natureza e conhecimento básico da psique, resulta numa
sociedade doente física, mental e sexualmente.
Certa
vez, papai que era um observador da Natureza e há tempos se familiarizava com a
vida rural, relacionou o termo “alcoviteiro” com um tipo de boi do pasto. É
dito que o “rufião”, um macho capado, sabe distinguir entra as fêmeas as que
estão propícias a entrarem no cio e, assim, as sinalizam ao touro, o macho alfa
apropriado a enxerta-las.
Pode
parecer animalesco, mas isso acontece entre os seres humanos e é mais comum do
que se possa imaginar. A confusão se dá quando não distinguimos o que de fato é
instinto, intenção e intuição. Agir como seres espiritualizados é o que nos distingue
dos animais e vegetais. Desenvolver virtudes para nos tornarmos seres mais
compassivos, empáticos e éticos são propósitos universais nem tanto praticados,
mas muito almejado por poucos.
O
sofrimento vem da ignorância e a falta de interesse sobre as coisas difíceis da
vida. Há um irônico ditado no Yoga que diz: “se tá fácil, tá errado”. É verdade
que ostra feliz não produz pérola, mas depois de pronta, a joia preciosa, se
finaliza o propósito e faz se valer o sofrimento. É certo que o sofrimento ajuda
a crescer, a amadurecer e a valorizar os momentos de alegria, mas permanecer no
sofrimento já é burrice.
Ainda
sobre o mal das forças duais, o audiobook descreve sobre a origem dos
termos divino e diabo. "Do sânscrito, divino significa a deusa Diva, em
intersecção para Deus e diabo, do sânscrito vibhäga, significa divisão. Então
a divisão acontece quando se entende que existem duas forças no mundo, como, por exemplo, o calor e o frio. Em verdade, existe apenas o calor e a ausência de
calor. A energia e a ausência de energia, a luz e a ausência de luz. A escuridão
em si não pode ser uma fonte, isto é, ela não tem uma origem, ela é simplesmente
a ausência de luz, a falta de lucidez, o não uso das habilidades divinas". Portanto,
o sofrimento é a ausência do Divino, a ausência da consciência, da
Ciência.
Tudo está conectado, não há divisão de espaço num universo microscópico. Historicamente,
todas as religiões têm a mesma origem, tanto sobre consentir a unicidade da Criação,
quanto na comprovação científica da geometria sagrada e as proporções áureas da
Natureza.
Sincretismo, etimologicamente, do grego “synkretismós”, que significa união, mistura, combinação é um ajuste social de como uma fusão cultural pode unificar crenças e a conexão com o divino, com a Diva, com a Natureza.
"E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação".
(Terceiro mandamento da Tábua das Esmeraldas - Cabalion)
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