domingo, 25 de fevereiro de 2024

Dualidade Tóxica

"Uma visão de mundo dramaticamente dualista leva inerentemente ao sofrimento. Tem sido feito por milênios, em religiões a tarefa autodeclarada de criar separação entre nós e a experiência do divino. Isso é igualmente verdadeiro em política, economia e relações humanas. Todos organizados em uma estrutura hierárquica de poder".

O fim do sofrimento (audiobook), J.J. Hurtak e Russel Tarq

O audiobook dividido em 10 capítulos explana metafisicamente as questões intrínsecas do ser humano em relação à Ciência, Filosofia e Divino. Disseca os embustes que permeiam o sofrimento usando como exemplo a repetição de padrões comportamentais e sua persistência em doutrinas falidas. Sociedades dominadas por dogmas religiosos, autoritarismo político, desigualdades sociais, descrédito no futuro, depressão e uma série de episódios que persistem em existir por falta de conexão à Natureza e conhecimento básico da psique, resulta numa sociedade doente física, mental e sexualmente.

Certa vez, papai que era um observador da Natureza e há tempos se familiarizava com a vida rural, relacionou o termo “alcoviteiro” com um tipo de boi do pasto. É dito que o “rufião”, um macho capado, sabe distinguir entra as fêmeas as que estão propícias a entrarem no cio e, assim, as sinalizam ao touro, o macho alfa apropriado a enxerta-las.

Pode parecer animalesco, mas isso acontece entre os seres humanos e é mais comum do que se possa imaginar. A confusão se dá quando não distinguimos o que de fato é instinto, intenção e intuição. Agir como seres espiritualizados é o que nos distingue dos animais e vegetais. Desenvolver virtudes para nos tornarmos seres mais compassivos, empáticos e éticos são propósitos universais nem tanto praticados, mas muito almejado por poucos.

O sofrimento vem da ignorância e a falta de interesse sobre as coisas difíceis da vida. Há um irônico ditado no Yoga que diz: “se tá fácil, tá errado”. É verdade que ostra feliz não produz pérola, mas depois de pronta, a joia preciosa, se finaliza o propósito e faz se valer o sofrimento. É certo que o sofrimento ajuda a crescer, a amadurecer e a valorizar os momentos de alegria, mas permanecer no sofrimento já é burrice.

Ainda sobre o mal das forças duais, o audiobook descreve sobre a origem dos termos divino e diabo. "Do sânscrito, divino significa a deusa Diva, em intersecção para Deus e diabo, do sânscrito vibhäga, significa divisão. Então a divisão acontece quando se entende que existem duas forças no mundo, como, por exemplo, o calor e o frio. Em verdade, existe apenas o calor e a ausência de calor. A energia e a ausência de energia, a luz e a ausência de luz. A escuridão em si não pode ser uma fonte, isto é, ela não tem uma origem, ela é simplesmente a ausência de luz, a falta de lucidez, o não uso das habilidades divinas". Portanto, o sofrimento é a ausência do Divino, a ausência da consciência, da Ciência.

Tudo está conectado, não há divisão de espaço num universo microscópico. Historicamente, todas as religiões têm a mesma origem, tanto sobre consentir a unicidade da Criação, quanto na comprovação científica da geometria sagrada e as proporções áureas da Natureza. 

Sincretismo, etimologicamente, do grego “synkretismós”, que significa união, mistura, combinação é um ajuste social de como uma fusão cultural pode unificar crenças e a conexão com o divino, com a Diva, com a Natureza.

"E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação". 

(Terceiro mandamento da Tábua das Esmeraldas - Cabalion)

A professora e arquiteta Saída Cunha em monitoria na mostra de seu acervo particular, admirando Nossa Senhora negra, pintura do artista e também professor renomado no Estado de Goiás, Frei Confaloni
Jorge Henrique Papf, fotografia, Babá brincando com criança, 1899
"A relação ambivalente que se estabelecia entre amas negras e seus sinhôs era tão frequente que virou um trágico lugar-comum, mesmo depois de finda a escravidão" 
Livro: Um olhar sobre o Brasil, Boris Kossoy, 2012
O Touro e a Menina Destemida, esculturas icônicas no centro financeiro de Wall Street, 2017, retrata a força feminina encarando um sistema econômico selvagem, poderoso e agressivo 






 



 

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial