Scala Dei (Escada de Deus)
“E
teve um sonho: e eis, era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus e eis,
que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. Gênesis 28:12
No
cristianismo, no espiritismo, no esoterismo, no xamanismo e tantas outras
correntes espiritualistas a visão estética da escada pode ser interpretada como
uma grande cobra, ou a serpente sagrada, ou em escala microscópica a dupla
hélice do DNA, elo vital que está entre o céu e a terra. Artistas, teólogos, teosóficos,
filósofos, cientistas, curandeiros, pajés, feiticeiros, mandingueiros e tantos
outros estudiosos do “além”, interpretaram e investigaram nossa origem e
existência no universo tendo em comum único berço esplêndido: Zeus, ou Criador, ou
Cosmos, ou Sophia, ou Mãe Natureza, ou Prima Mater*... Em comum também são as
imagens que permeiam antigas escrituras, hieróglifos, relatos orais, lendas e
mitologias que nos mantém unidos pela mesma questão: de onde viemos?
Fontes
científicas hipotéticas especulam sobre a Panspermia Cósmica, o pó de explosões
interplanetárias, meteoros, meteoritos e cometas que ao longo de bilhões de anos
deixaram rastros no nosso planeta permitindo assim que ebulições, evaporações,
reações químicas e adversidades de temperatura se tornassem propícias ao
desenvolvimento de uma cadeia invisível de aminoácidos.
O
elo entre a atmosfera interna, da externa do planeta, representada pela espiral
lúdica de uma 'escada-serpente' seria também a cosmovisão dos antigos povos
originários através de clarividências, mediunidade, rituais psicodélicos e
sonhos. Não digo apenas dos africanos ou indígenas, mas dos sumérios, egípcios,
babilônios, mesopotâmicos, gregos e romanos.
Símbolo
inconfundível na Medicina, a cobra simboliza a dicotomia terrestre, o veneno que
mata e o antídoto que 'ressuscita'. A história da Humanidade é contada e descontada,
ora envenenada por mentiras, ora curada pelas verdades. Civilizações que
atingiram seu apogeu, logo conheceram sua decadência em jornadas cíclicas,
assim como períodos de excessiva abundância que culminaram em extrema escassez,
como são as consequências de guerras, conflitos e revoltas.
As
voltas e reviravoltas das marés, das fases lunares, do movimento das constelações e
das órbitas dos planetas nos dizem muitas coisas: “A última vez que Plutão
esteve em órbita com o signo de Aquário vivenciamos a Revolução Francesa, que
foi o início da Idade Contemporânea. Em sua penúltima passagem, Copérnico
apresentou o heliocentrismo e saímos do lugar de centro do mundo para ser
apenas mais um planeta girando em torno do Sol. O homem como centro do universo foi marca do Renascimento em contraposição ao pensamento da Idade Média, que era a religião” (Instagram @ob.ser.vatorio)
Pois
bem, entramos na Era de Aquário para ficar até 2044. Mais um trânsito
planetário para nos situarmos no universo. Somos tudo e nada. Somos apenas a
consciência cósmica que nos liga através de um código genético gerado há
milhares de anos atrás por moléculas extraterrenas.
Não
por acaso a escola de samba campeã deste ano no Rio de Janeiro trazer como tema
a cobra mítica do nordeste africano, Arroboboi, Dangbé. Para diversos
sistemas de crença, como a nação jeje, o réptil tem poderes de regeneração, vida,
transformação e recomeço, como também na mitologia nórdica, cultuada pela
imagem da ourosboros, a grande serpente abraça o mundo e engole o próprio rabo
para se regenerar.
Para finalizar incluo a imagem do livro, Pequeno Príncipe numa abordagem “Desvendada”
pelo esotérico, Hícaro de Castro:
“Se
observarmos a imagem com atenção veremos que a serpente se enrola sete vezes ao
corpo do animal, e está preste a engoli-lo pela cabeça. Nada é por acaso. Essa
representação pode apontar para o homem primitivo e animalizado, o próprio ego
que pode ser devorado pela cabeça (pensamento) quando se desperta dentro de si
a força da serpente sagrada. As sete voltas fazem referência aos sete pontos
energéticos do corpo (filosofia oriental), que estão sendo ativados”.
Contudo,
a 'Serpente Sagrada' está dentro e fora. Dentro de nós como a escada do DNA, a
dupla hélice em escala microscópica. Por fora a escada macro, a grande subida (ou descida) física, mental e espiritual que traçamos para atingir a
sabedoria, o conhecimento, o respeito à grandeza infinita do Universo (ou de
Deus*).
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