domingo, 5 de abril de 2009

neojewerely

Imagem de obra da artista Lygia Clark, década de 50

''A arte concreta, herdeira que era das vanguardas construtivistas do começo do século 20, transformara a pintura numa espécie de exploração das energias do campo visual, o que tornara a experiência estritamente retiniana, ótica, destituída de qualquer subjetividade. Essa concepção estética era o reflexo, no plano da arte, da visão racionalista, que pretendia eliminar da expressão artística toda e qualquer emoção e fantasia. Dentro dessa concepção, o que não fosse objetivo e ‘’científico’’ não passava de resíduo romântico, que a modernidade superara.

Contrapondo-se a isso, nosso manifesto (Manifesto Neoconcreto/1959), apoiado na fenomenologia de Merleau-Ponty, afirmava que a experiência afetiva do homem no mundo era um modo de conhecimento tão verdadeiro quanto o conhecimento científico. E, do ponto de vista da criação artística, mais rico. Isso implicava um retorno à subjetividade e a substituição da expressão ótica instantânea pela duração e pela participação manual, tátil do espectador na obra de arte.''

FERREIRA GULLAR (07 de julho de 2009)

Pulseira com chapas articuladas em prata e ouro, Aneis de Saturno, 2005.

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