quarta-feira, 16 de abril de 2014

Bahia de todos os dons











 
Bahia de todos os dons!

            "Não existe tela branca nos trópicos. É como se tudo fosse atravessado pela cor."
            A frase é do artista paulista Luiz Zerbini, em entrevista à Folha de SP ," que viu isso com clareza numa viagem com as filhas para o sul da Bahia. Sua idéia era criar ali um diário do que acontecia, mas ficou tão estarrecido ao ver os tons da paisagem e dos bichos, que nada escreveu."
            O deslumbramento de Zerbini faz jus à região. Um lugar esculpido pela natureza e nos presenteado como uma obra de arte viva e pulsante. Foi berço caloroso para diversas manifestações populares dentre elas a capoeira, o afoxé, o acarajé e o candomblé.
            Nos dons das palavras são célebres poetas e escritores da literatura brasileira Gregório de Mattos, Castro Alves e Jorge Amado.
            Nos dons dos sons, a Bahia foi "progenitora" do Tropicalismo, movimento cultural que mais se intensificou na música reafirmando o talento dos jovens baianos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé.
            Nos dons das artes visuais foram pioneiros na renovação das artes plásticas baiana os filhos de orixás e desbravadores dos emblemas da religiosidade yorubá, Rubem Valentim, Mario Cravo Júnior e Carlos Bastos. O artista baiano, Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi foi além da bidimensão e convenções estruturais. Concebeu esculturas-objetos ou artefatos de adoração num entrelaçado de varas de bambu ornamentados com búzios e outros aviamentos da brasilidade. Talvez, por uma ironia do destino,  foi pelos tons do artista argentino Hector Julio Páride Bernabó, apelidado como Carybé (do tupi, pequeno peixe amazônico) que mais se difundiu visualmente a cultura baiana, no Brasil e no exterior. Carybé dedicou toda sua produção artística nos temas da baianidade e recebeu título de Doutor Causa Honoris pela Universidade Federal da Bahia. Me foi dito ainda, pelos arredores do MAM/BA, em Salvador, que o concederam a cidadania baiana em gratidão à sua incansável pesquisa cultural. O contemporâneo, Marepe, Marcos Reis Peixoto desenvolve sua pesquisa no mote dos objetos do cotidiano e, a relevância de sua obra é tanta, que o Instituto Inhotim abriga em seu acervo pelo menos cinco delas.
            Descrever toda essa energia de dons da terra da alegria é um desafio, mas a Bahia deu sua graça na presença feminina e caracterizou a cultura do país no estrangeiro. A  pequena notável, Carmem Miranda com sua euforia contagiante, seus exagerados adornos, fitas, laços, frutas e toda sorte de apetrechos encantou, cantou e contou pro mundo "o que é que a baiana tem."
            Cito também, por conhecimento pessoal, a fantástica companhia de dança contemporânea baiana, a Dance Brazil Foundation. Encabeçada por Jelon Vieira, as coreografias interagem balé clássico, movimentos da capoeira e danças folclóricas, no entanto restringem suas apresentações à Salvador e Nova Iorque.
            Encontramos mais arte e talento nos roteiros dos longas, Cidade Baixa e Ó, Pai, Ó!, estreados pelos baianos Wagner Moura e Lázaro Ramos, onde a realidade brasileira demonstrada é ora atônita e cruel, ora bela e feliz.    
            Assim vem se formando um povo de muitos dons inspirados pela natureza e guiados pela fé. Axé, Oxalá, Saravá!                                                                                           
                                                                                                                                TATIANA POTRICH

Editorial para o Dia do Índio

Experiência única o projeto para o Dia do Índio.
Pessoas queridas, dia ensolarado, natureza deslumbrante!
Aqui regram Lian Tai, eu, Eliane de Castro (fotografia) e Gisela (produção).


terça-feira, 15 de abril de 2014

19 de Abril - Dia do Índio