Em nome do pai, do filho e da Casa de Gucci
A frase proferida pela artista Lady Gaga no filme House of Gucci (2021) exalta a soberania da grife italiana, legado marcado por uma trajetória trágica e glamorosa. A impecável atuação da cantora ítalo-estadunidense no papel da destemperada Patrizia Reggiani coloca o galã Adam Drive (Maurizio Gucci) em segundo plano, mas nem por isso lhe foi roubada a cena de grande astro. De fato a história é um bom conto sobre as relações familiares e como pequenas atitudes resultam em sequelas incuráveis. Para quem não assistiu já adianto que o texto contém spoliers e uma paródia à política nacional, se me permitirem a ousadia.
A esquerda brasileira seria assim representada pela calorosa protagonista, oriunda de uma classe operária trabalhadora que enxerga no ingênuo e próspero herdeiro uma ambiciosa aliança em prol de um idealismo romântico, regado à paixão e interesses. Dada sua nobre origem, este herdeiro é cobiçado pela dita "extrema direita", que aspira no casal potencial suficiente para prosperar os negócios e ir além das fronteiras ultramarinas. O casamento vai bem até surgirem confrontos ideológicos, suspeitas e pontos de vistas contraditórios à respeito da ética e estética. Patrizia cai na real de quem é e de onde veio e idem Maurizio, que pede divórcio e vai viver a vida como um verdadeiro Gucci. Esbanjando, viajando e consumindo como todo bom partido milionário o jovem herdeiro não se atém aos compromissos profissionais e se deixa levar pelo poder.
Seus aliados, isto é, seus sócios lhe passam a perna na empresa e este é seu primeiro round. Enlouquecida pela separação, Patrizia encomenda o assassinato do ex-marido, que finalmente cai no segundo e último round. Maurizio Gucci deixa seu legado às duas filhas, que assistem à mãe por 17 anos na prisão.
A direita vai ao chão e a esquerda atrás das grades e quem permanece no poder são os aliados: o advogado e os grandes sheiks do mercado internacional. E assim caminha a humanidade... Tubarões comendo peixes pequenos e indefesos Nemos nadando em mar aberto à deriva do destino. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos e a história dos Gucci mostrando como se faz o sinal da cruz.
God receives the queen!
Oremos!
Ilustra o texto Cruz em Cubos para São Bento.
2 Comentários:
O que se vê com mais clareza no mundo corporativo nem sempre é percebido da mesma forma no nosso entorno cotidiano.O texto ajuda muito no despertar da consciência política em tempos de eleições .Parabéns ( Jorge Lobato)
Parabéns minha querida Tati, vc cada vez mais antenada e preparada p vencer. Adorei é o que acontece com grandes heranças e interesses .econômicos ,políticos e sociais. Abraços a vc querida.
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