domingo, 6 de fevereiro de 2022

Natureza é arte

 Um ano antes da pandemia, outubro/2019, o Jornal Folha de São Paulo publicou no Caderno Ilustríssima o artigo "Inhotim inspira instituições culturais por todo país" (Daniel Rangel). A tomada de consciência para este modelo de instituição se daria antes mesmo dos infelizes lockdowns mundiais que estremeceriam as nossas zonas de conforto e limitariam as distâncias entre nós. 

Democrático, científico e vanguardista o Instituto Inhotim superou todas as expectativas sendo beneficiado por um clima de Mata Atlântica que fertiliza e floresce seus jardins embelezando o entorno da  arquitetura arrojada das Galerias de Arte. A necessidade de estarmos em contato com o belo, o natural, a origem da nossa essência, que vem do barro, da terra e da semente que brota é intuitiva, instintiva e inspiradora. A referência mor dos grandes artistas está na Natureza, no seu ciclo constante e inconstante, nas suas fases obscuras e iluminadas, nos altos e baixos das marés, das altitudes, das planícies e dos planaltos. Cada vez mais estamos em busca de lugares abertos, vivos e cheios de luz. Não por acaso espaços como o Instituto Francisco Brennand com seus jardins de esculturas em cerâmicas, em Recife/PE ou a Casa de Roberto Marinho, que abriga um fabuloso jardim com paisagismo de Roberto Burle Marx, no Cosme Velho, no Rio de Janeiro/RJ vem sendo pontos de visitação cada vez mais procurados. Recentemente, mamãe e eu visitamos o atelier do artista e designer Hugo França, em Trancoso/BA e lá ele comunga da ideia de associar Arte e Natureza, até porque sua matéria-prima é 100% extraída e esculpida como produto final.

Espaços ao ar livre que integram pesquisa botânica, arte e artesanato se fazem cada vez mais necessários, como prova a procura por lugares como a "Venda do Bento", em Pirenópolis, onde é prudente reservar sua visita antes de ir. Uma arquitetura rústica é totalmente integrada a paisagem bucólica e ao mesmo tempo agregando valor cultural ao seu  histórico sertanejo com peças, objetos, artesanatos e muitas, muitas memórias afetivas. 

Com tanto concreto e metaverso a nossa volta, o antigo ditado acaba ganhando outro contexto: "Na selva de pedra é rei que tem uma árvore". 

Invista nesta ideia, apoie estes lugares e incentive quem empreende na Arte e na Natureza!

Atelier Hugo França, mostra da artista Regina Silveira, Trancoso/BA, 2021.


Galho da mangueira instagramável no fundo de quintal da TatiDep (depósito da Tati)


Casa de passarinho em cerâmica esmaltada por Márcia Magda, no fundo de quintal da TatiDepot

1 Comentários:

Blogger Cristina Dourado disse...

Realmente, a pandemia me aproximou ainda mais da natureza, passei a me interessar por plantas e trazê-las para minha casa e a dos queridos à minha volta. Obrigada pelas dicas de lugares, se eu tivesse sabido antes desse espaço em Trancoso, teria reservado um dia para ir conhecer, assim como ajudar a divulgar, inclusive os espaços do nosso estado

6 de fevereiro de 2022 às 07:58  

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