domingo, 22 de agosto de 2021

Conveniência ou Conivência

 A semelhança e o significado destas duas palavrinhas ficaram martelando aqui dentro da minha cachola, levantando questões acerca das ações, não ações, boas ou más intenções de uns com os outros. Foi num episódio familiar que a resposta da questão me ocorreu ou me confundiu mais. 

Meu caçula me perguntou se ficava caro dele trocar de sobrenome. No susto, perguntei imediatamente o motivo. Ele se lembrou de uma situação histórica contada por seu avô, na época da Revolução de 1964, de quando foi detido numa delegacia. Para poder se safar das consequências ele pediu ao delegado que entrasse em contato com um tio militar de sobrenome Zílio (origem materna), cuja patente dissolveu a querela política e liberou o infrator da penalidade. Conclusão, o rebento acha, que se por ventura for preso, ele se safaria, assim como seu avô, se tivesse este sobrenome. Eu ri foi muito do poder cognitivo de uma criança já confabulando algo transgressor e sua absolvição. Mas não é que o nosso cérebro funciona exatamente assim!

Reinvindicar o direito de lutar pelos nossos sonhos e ideais é maravilhoso, romântico e quase perfeito, senão fosse a prática na realidade. Somos convenientes e coniventes quando o assunto é o nosso umbigo. Ir para rua por causas nobres é revolucionário e digno, até alguém ser levado para uma sala de tortura. Daí ter patente ou parente militar, vale muito à pena.

Lógico que ninguém quer radicalizar, mas às vezes a pseudo-democracia faz isso e nem precisaria dizer que sistemas autoritários são radicais por natureza. O Talibã é a prova viva deste retrocesso, afinal somos seres humanos, acertamos, erramos, acertamos, erramos. É um ciclo. Se aprendemos com os erros, isso eu não sei, mas sempre oscilamos e reparem, quanto mais criticamos algo ou alguém, mais nos assemelhamos às nossas próprias críticas. Se os EUA tem a ver com o terrorismo e o fanatismo religioso ou se o atual Presidente de lá é conivente ou está sendo conveniente politicamente retirar suas tropas é o umbigo dele que está em risco.

É dificil saber optar pela disciplina e engajamento, quando tudo te diz para escolher entre os prazeres, o poder e o egocentrismo. Sermos coniventes e convenientes está em nosso código de DNA para que possamos sobreviver e nos multiplicarmos! Será que estaríamos à beira do colapso? Pode ser que sim, ou não! 

Meu filho mais velho passa o olhar numa postagem sobre arquitetura, vislumbra uma construção em Nova Yorque e exclama: "Olha, mãe, pelo menos os seres humanos são capazes de criar coisas incríveis como esse prédio". Há de convir, que isso é verdade, pois bem declarou o artista chinês, Ai WeiWei: 

"Os governos passam, a Arte fica"

Convém e convenhamos!

Ou então venha conversar comigo e tomar um cafezinho na xícara de cerâmica feito à mão, por @marciamagdadengo, gravura por Marcelo Solá,  anéis Cubos e protótipo da pulseira Aloma, inspirada na ousadia dela,  @alomaschmaltzarocha. Aloma é uma mulher que estuda, trabalha, se diverte em liberdade e nos inspira! Para a decepção dos talibas, coitados!








1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

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22 de agosto de 2021 às 08:31  

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